Translate

terça-feira, dezembro 27, 2011

AMOR: DISSOLUÇÃO NA EXISTÊNCIA

 

Ah o amor, sede e procura dos humanos em todas as épocas. Trago então Osho falando do Amor!

"Nenhuma outra época, nenhum outro século jamais falou tanto do amor como nós falamos, e a conversa constante sobre o amor cria a ilusão de que sabemos o que ele é. Estamos enganando os outros e também enganando a nós mesmos.

E o homem está morrendo sem amor, porque, assim como o corpo precisa de comida, a alma precisa de amor — é uma necessidade. Mas a comida você pode produzir, pode criar, pode cultivar. Com o amor, você tem de aprender uma técnica totalmente nova: a técnica de estar relaxado, aberto, disponível.

É arriscado, é perigoso estar aberto, vulnerável, pois nunca se sabe o que pode acontecer. Por isso, as pessoas permanecem fechadas. Fechadas, elas se sentem seguras.

A segurança está lá, mas a vida desaparece. Elas estão mortas mesmo enquanto vivas. Estão quase na cova — seguras, protegidas, sem medo, com tudo garantido. Mas, se não há vida, para que servem todas essas garantias?

Uma vida real é sempre aventurosa, e o amor é a maior aventura. É entrar no desconhecido, é permitir que a existência se apodere de você. E ela só fará isso se você estiver pronto para se dissolver nela. Nessa dissolução, o amor cresce. Quando você não existe mais, o amor entra.

E é assim que Deus acontece. O amor é o começo de Deus, o amor é o mensageiro de Deus, é o primeiro raio do sol."                                                                             Osho

SUBIR PELO LADO QUE DESCE

Poetas e prosadores nos falam da vida, das emoções... aqui uma prosa  de Lya Luft  que fala de nunca desistirmos da jornada de viver. 

  'Viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce. Ouvindo essa frase imaginei qualquer pessoa nessa acrobacia que crianças fazem ou tentam fazer: escalar aqueles degraus que nos puxam inexoravelmente para baixo. Perigo, loucura, inocência, ou boa metáfora do que fazemos diariamente.

Poucas vezes me deram um símbolo tão adequado para a vida, sobretudo naqueles períodos difíceis em que até pensar em sair da cama dá vontade de desistir. Tudo o que a gente queria era cobrir a cabeça e dormir, sem pensar em nada, fingindo que não estamos nem aí…
Só que acomodar-se é abrir a porta para tudo isso que nos faz cúmplices do negativo. Descansaremos, sim, mas tornando-nos filhos do tédio…
E o desperdício de nossa vida, talentos e oportunidades é o único débito que no final não se poderá saldar: estaremos no arquivo morto.
Não que a gente não tenha vontade ou motivos para desistir: corrupção, violência, drogas, doenças, problemas no emprego, dramas na família… tudo isso nos sufoca. Sobretudo se pertencemos ao grupo cujo lema é: pensar, nem pensar… e a vida que se lixe.
A escada rolante nos chama para o fundo: não dou mais um passo, não luto, não me sacrifico mais. Pra que mudar, se a maior parte das pessoas nem pensa nisso e vive do mesmo jeito…
Mesmo que pareça quase uma condenação, a idéia de que viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce é que nos permite sentir que afinal não somos assim tão insignificantes e tão incapazes…
Então, vamos à escada rolante: aqui e ali até conseguirmos saltar degraus de dois em dois, como quando éramos crianças e muito mais livres, mais ousados e mais interessantes.
E por que não? Na pior das hipóteses caímos, quebramos a cara e o coração, e podemos, ainda uma vez… recomeçar. "                                                                            Lya Luft

Deus por Fernando Pessoa


"Deus costuma usar a solidão

Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida."

A ALMA DO OUTRO


Gosto muito de ler Lya Luft. Aqui a trago falando de relacionamentos....

"No relacionamento amoroso, familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém que valha a pena é enriquecê-la. Permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida.
A alma do outro é uma floresta escura", disse o poeta Rainer Maria Rilke, meu único autor de cabeceira.
A vida vai nos ensinando quanto isso é verdade. Pais e filhos, irmãos, amigos e amantes podem conviver décadas a fio, podem ter uma relação intensa, podem se divertir juntos e sofrer juntos, ter gostos parecidos ou complementares, ser interessantes uns para os outros, superar grandes conflitos – mas persiste o lado avesso, o atrás da máscara, que nunca se expõe nem se dissipa.
Nem todos os mal-entendidos, mágoas e brigas se dão porque somos maus, mas por problemas de comunicação. Porque até a morte nos conheceremos pouco, porque não sabemos como agir. Se nem sei direito quem sou, como conhecer melhor o outro, meu pai, meu filho, meu parceiro, meu amigo – e como agir direito?
Neste momento escrevo, como já disse, um livro sobre o silêncio. Começou como um ensaio na linha de O Rio do Meio e Perdas & Ganhos, mas acabou se tornando um romance, em pleno processo de elaboração. Isso me faz refletir mais agudamente sobre a questão da comunicação e sua por vezes dramática dificuldade, pois nos mal-entendidos reside muito sofrimento desnecessário.
Amor e amizade transitam entre esses dois "eus" que se relacionam em harmonia e conflito: afeto, generosidade, atenção, cuidados, desejo de partilhamento ou de vida em comum, vontade de fazer e ser um bem, e de obter do outro o que para a gente é um bem, o complicado respeito ao espaço do outro, formam um campo de batalha e uma ponte. Pontes podem ser precárias, estradas têm buracos, caminhos escondem armadilhas inconscientes que preparamos para nossos próprios passos em direção do outro. O que está mergulhado no inconsciente é nosso maior tesouro e o mais insidioso perigo.
Pensar sobre a incomunicabilidade ou esse espaço dela em todos os relacionamentos significa pensar no silêncio: a palavra que devia ter sido pronunciada, mas ficou fechada na garganta e era hora de falar; o silêncio que não foi erguido no momento exato – e era o momento de calar.
Mas, como escrevi várias vezes, a gente não sabia. É a incomunicabilidade, não por maldade ou jogo de poder, mas por alienação ou simples impossibilidade. Anos depois poderá vir a cobrança: por que naquela hora você não disse isso? Ou: por que naquele momento você disse aquilo?
Relacionar-se é uma aventura, fonte de alegria e risco de desgosto. Na relação defrontam-se personalidades, dialogam neuroses, esgrimem sonhos e reina o desejo de manipular disfarçado de delicadeza, necessidade ou até carinho. Difícil? Difícil sem dúvida, mas sem essa viagem emocional a existência é um deserto sem miragens.
No relacionamento amoroso, familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém que valha a pena é enriquecê-la; permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida. Entre fixar e romper, o conflito e o medo do erro.
Somos todos pobres humanos, somos todos frágeis e aflitos, todos precisamos amar e ser amados, mas às vezes laços inconscientes enredam nossos passos e fecham nosso coração. A balança tem de ser acionada: prevalecem conflitos ásperos e a hostilidade, ou a ternura e aqueles conflitos que ajudam a crescer e amar melhor, a se conhecer melhor e melhor enxergar o outro? O olhar precisa ser atento: mais coisas negativas ou mais gestos positivos? Mais alegria ou mais sofrimento? Mais esperança ou mais resignação?
Cabe a cada um de nós decidir, e isso exige auto-exame, avaliação. Posso dizer que sempre vale a pena, sobretudo vale a pena apostar quando ainda existe afeto e interesse, quando o outro continua sendo um desafio em lugar de um tédio, e quando, entre pais e filhos, irmãos, amigos ou amantes, continua a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro, o que deseja, de que precisa, o que pode – o que lhe é possível fazer.
Em certas fases, é preciso matar a cada dia um leão; em outras, estamos num oásis. Não há receitas a não ser abertura, sinceridade, humildade que não é rebaixamento. Além do amor, naturalmente, mas esse às vezes é um luxo, como a alegria, que poucos se permitem.
Seja como for, com alguma sorte e boa vontade a alma do outro pode também ser a doce fonte da vida".                                                                                                     Lya Luft 

segunda-feira, outubro 31, 2011

FAXINA NA ALMA

Ler Drumond é se renovar, é tecer esperanças....

"Não importa onde você parou... em que momento da vida você cansou...  Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo..., é renovar as esperanças na vida e o  mais importante... acreditar em você de novo. 

Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.  Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.  Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos.  Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora.  Pois é, agora é hora de reiniciar, de pensar na vida, de encontrar prazer nas coisas  simples de novo. 

Que tal um corte de cabelo arrojado e diferente?  Um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender?  Pintar... desenhar... dominar o computador ou qualquer outra coisa... 
Olha quanto desafio... Quanta coisa nova nesse mundão te esperando.  Tá se sentindo sozinho? Besteira... tem tanta gente que você afastou com o seu  "período de isolamento"... tem muita gente esperando apenas um sorriso teu para  "chegar" perto de você. 

Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos. Ficamos  horríveis...  Recomeçar... Hoje é um bom dia para encarar novos desafios.  Onde você quer chegar? Sonhe alto... Queira o melhor do melhor... Queira coisas boas  para a vida... 

Pensando assim, trazemos pra nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas  pequenas teremos. Mas, se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente,  lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida.  E é hoje o dia da faxina mental... Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao  mundinho de coisas tristes... fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema,  bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos no fundo do baú. 

Jogue tudo fora. Mas, principalmente, esvazie seu coração. Fique pronto para a vida,  para um novo amor...  Lembre-se de que somos apaixonáveis. Somos sempre capazes de amar muitas e muitas  vezes. Afinal de contas, nós somos o "Amor"... porque somos do tamanho daquilo que  vemos, e não do tamanho da nossa altura. "
Carlos Drummond Andrade

UM NOVO PARADIGMA FEMININO


          Estamos vivendo um retorno á natureza, ao feminino. É a energia feminina atuando com toda a sua força.
          Por muito tempo o prisma masculino, ocidental e patriarcal foi dominante. A natureza foi reduzida aos seus aspectos fundamentais, surgindo assim, o dualismo espírito-matéria. A ciência foi usada enquanto poder para manipular os seres humanos; tanto que a máxima do lucro e do mercado é que teima em reinar absoluta.
         Essa concepção masculina dominante tem uma visão reducionista e fragmentada da realidade. Essa fragmentação acaba priorizando a formação de “ especialistas”, que negam o “todo”, priorizando as “partes”.
         Nessa concepção, a universalidade é a regra. Desta forma, nega-se outras formas de conceber a realidade. Mas um novo paradigma vem se constituindo. Não em oposição, mas na prática; demonstrando que a universalidade nunca foi á regra. Este paradigma não se pretende ser uma outra universalidade, muito pelo contrário, preconiza-se a necessidade de igualdade na diversidade, ou a diversidade, amplitude  complementaridade na busca do conhecimento.
        Para este paradigma, a ciência enquanto sabedoria deve ser capaz de esclarecer, iluminar e libertar os indivíduos. A energia feminina se faz presente nas ciências através de homens como Heisemberg que diz que “ as teorias científicas jamais poderão oferecer uma descrição completa e definitiva da realidade”, ou como Capra que cita que “ o novo paradigma científico é a inexistência de qualquer fundamento sólido”.
      Dentro deste novo paradigma científico a teoria Holística vem sendo constituída a partir de alguns pressupostos. Um deles é de que a ciência não deve estar dissociada da cultura, filosofia e religiosidade dos seres humanos, rompendo assim com o dualismo espírito-matéria e vendo-o como um todo integrado: corpo-mente- espírito.
      A força da energia feminina também pode ser percebida, através do retorno de conhecimentos milenares, que defendem a unicidade e inter-relação mútua de coisas e eventos, nas propostas ecológicas e em novas formas de ser, perceber e atuar na realidade, de homens e mulheres do ocidente e do oriente.
     O retorno ao feminino e á Mãe natureza vai demonstrar que a natureza trabalha para o futuro, produzindo e reproduzindo a vida, através da generosidade inerente e renovação constante em busca de equilíbrio. Os atributos do feminino então podem ser considerados como a atividade, produtividade, dinamismo, criatividade e inter-relação constante.
     O retorno á natureza é refazer o caminho das Leis da natureza e da ordem cósmica, de que tanto nos distanciamos, provocando doenças e sofrimentos ao planeta, povos e indivíduos. É uma renovação em nossos corações e mentes de conceitos de mundo, ciência e homens que nos impregnaram e dominaram por tanto tempo. É  o entendimento do indivíduo como um microcosmos, com inter-relação constante com o macrocosmos. É optar por atuar com diferentes formas de vida – vegetais, flores, cristais, etc – e energias da natureza – som, cor, aroma, etc, apostando na auto-regeneração, autoconhecimento e auto desenvolvimento  dos indivíduos como processo natural, pois é próprio da natureza a renovação, o equilíbrio e a harmonia.
        O retorno ao feminino vai, em último caso, buscar a sintonia do feminino e despertá-lo, celebrando a vida de Homens e Mulheres.
        Que todas as Deusas nos protejam e que o reinado da Mãe possa ser mais pleno, harmonioso e doce, do que até o momento todas as civilizações puderam oferecer á humanidade.
Tania Jandira R. Ferreira

ESPIRITUALIDADE COMO CELEBRAÇÃO DA VIDA



          A dimensão espiritual do ser humano sempre presente na história da humanidade, vem sendo recolocada em cena na sociedade; de variadas formas, através de antigas e novas religiões, e/ou como busca pessoal.
Muitas pessoas atualmente crêem nesta dimensão e a buscam para suas vidas.
        De outro lado, “desordens e desequilíbrios espirituais” sempre assolaram parcelas significativas da população, constituindo-se um fato.
O tratamento para estas desordens vai variar de acordo com a cultura onde a pessoa em desequilíbrio está inserida. Na maior parte das vezes, estas pessoas procuram auxílio em Templos Espirituais das mais diversas religiões. São também nestes templos, através de um outro indivíduo, já “iniciado no religioso”, que as pessoas podem obter seu desenvolvimento espiritual de forma mais planejada, acompanhada e assistida.
        Pessoas que vivenciam desordens espirituais, também manifestam desordens em seu campo emocional e psíquico. Muitas  procuram auxílio com profissionais da área “psi”, para auxiliá-las.
         Mas qual a contribuição que um psicoterapeuta pode dar a quem passa por este tipo de problema? Qual o papel da psicoterapia diante deste ser que sofre e nos solicita auxílio? Quais os limites da atuação do psicoterapeuta? Do que tratamos? Que desordens espirituais são essas?
          Entendo que realizando o objetivo da psicoterapia, de auxiliarmos o desenvolvimento pleno do ser, tornando-o mais humano, mais generoso, mais prazeroso, mais amoroso; logo mais centrado, equilibrado e pleno; estamos auxiliando ao desenvolvimento de sua espiritualidade se a entendemos como celebração da vida. Espiritualidade entendida como uma relação mais harmoniosa com a natureza, consigo mesmo e com seus semelhantes.
          Cabe ao psicoterapeuta reconhecer os estados “transpessoais” da realidade do ser; mas também possibilitar que a pessoa com desequilíbrios espirituais se permita manter-se livre da ilusão, fugas, ou outras quaisquer desarmonias que bloqueiem ou impeçam a plenitude do viver, para que a ocorrência ou vivência da dimensão do espiritual, não seja motivo de desequilíbrios.
           A atitude do psicoterapeuta deve ser a do “não julgamento” ou imposição de sua forma de compreensão da realidade. Temos o compromisso ético de respeitar todos os tipos de cultura, mesmo aquela que se apresentam como diferentes ou discordantes de nossas crenças.
            A psicoterapia pode contribuir com a pessoa com desordens espirituais, como no geral, com todos os indivíduos que a procuram, como espaço da escuta, do crescimento e do acolhimento.
            No tocante ás desordens espirituais, propriamente ditas, todos que já a estudaram podem afirmar que não há uma igual á outra. A psicoterapia vai se basear na crise pela qual a pessoa passa, em como esta crise está inserida na vida do sujeito e em como este sujeito interage com ela. O essencial é que a pessoa possa perceber que a crise manifestada, como em geral todas as crises por que passamos em nossa existência, tem uma natureza curativa, pois possibilita que possamos transformá-la e nos tornamo-nos mais plenos e mais humanos. Apesar de cremos que toda desarmonia espiritual é individualizada e única, não podemos nos furtar em colocar algumas facetas gerais, que ocorrem com pessoas que manifestam este tipo de problema.
  • Dependência excessiva de líderes espirituais – em todas as religiões a dependência excessiva de outrem é motivo de desarmonia. O ser pleno age sob seu comando interno.
  • Presunção de ser alguém especial -  Alguns apresentam a tentação de ser uma pessoa superior ao conjunto dos seres humanos. Muitos destes vão julgar que “sabem e podem salvar” os outros seres, muitas vezes supervalorizando “poderes” em detrimento de um desenvolvimento geral da personalidade, tanto do “curador” como do sujeito que procura auxílio.
  • Rigidez de dogmas – Cada religião tem seus dogmas. Se nos ativermos a estes sem uma reflexão pessoal, nos tornamos rígidos. Se entendemos o ser humano pleno, como flexível, qualquer “amarra” é fator de desarmonia. A rigidez dos dogmas impede ao ser humano buscar saídas e alternativas para seu equilíbrio.
  • Tentação do sacrifício pessoal  - Muitas pessoas ao invés de “ servir ao próximo”, vivem como mártires, concebendo esse martírio pessoal como demonstração da evolução do seu ser.  Esta é uma falsa humildade, que também tem conotação de presunção de superioridade. O martírio pessoal nunca pode ser visto como desenvolvimento do sujeito, pois é anti vida.
  • Fascínio da espiritualidade – Algumas pessoas com o despertar da espiritualidade, acabam vivendo a maior parte de suas vidas subjugadas pelo que julgam espiritual, esquecendo ou não valorizando outros aspectos de suas vidas. A espiritualidade deve fazer parte da vida e ser expressa nas ações do cotidiano.
  • Fuga do mundo material, concreto – Lidar apenas ou prioritariamente como mundo ou questões ditas espirituais pode também ser uma forma de não lidarmos com nossos problemas cotidianos, o que nos impossibilita de lidarmos com toda a beleza e plenitude da vida.
  • Procura de soluções mágicas -  Ante a dificuldade de lidar com a própria vida, muitos vão esperar que haja consolo Divino para sua melhora, sem que haja esforço pessoal. Desta forma, desobrigamo-nos de qualquer ato pessoal, esperando uma solução rápida e mágica de nossos problemas.
  • Medo do oculto, do desconhecido -  Alguns quando se vêem frente a estas desordens, demonstram um medo enorme; colocando o espiritual na esfera do sobrenatural, e não, como algo “ natural ( da natureza do humano). Isso enfatiza uma impotência e paralisia para lidar com o fato.

Essas facetas das desordens espirituais podem e devem ser trabalhadas na psicoterapia, assim como as emoções correspondentes – medo, insegurança, sensação de superioridade, fascinação, etc e traços de caráter que estejam provocando o sofrimento dessas pessoas.
Se entendermos a doença como um desequilíbrio, uma manifestação de nosso ser de que “algo não está funcionando bem”, um alerta; as desordens/desequilíbrios espirituais vão demonstrar que nos deslocamos de nosso centro/equilíbrio.
A psicoterapia pode auxiliar as pessoas que passam por esta crise, possibilitando que a desordem manifestada seja um caminho ara o reencontro do sujeito em busca de sua auto realização.
Tania Jandira R. Ferreira


terça-feira, agosto 02, 2011

O USO DE VEGETAIS PARA NOS HARMONIZAR É UMA LIÇÃO APRENDIDA HÁ MILÊNIOS

Há poucas dezenas de anos, grupos ecológicos tentam mostrar a importância do VERDE  para o equilíbrio da VIDA em nosso planeta, mas infelizmente muitos de nós, não conseguimos essa compreensão de que tudo que faz parte do universo, esta aí colocado com uma função, de que nascemos para coexistir com outras vidas deste planeta.
O uso dos vegetais para nosso desenvolvimento pessoal, pode ser o primeiro despertar neste sentido.
O reino vegetal  sempre foi utilizado para várias finalidades  há milhares de anos, por diferente civilizações, como os egípcios, sumerianos, hindus, maias, incas, astecas, africanos e ameríndios que concebiam o ser humano de forma holística, entendendo a doença como desequilíbrio do corpo, da mente e do espírito.
As plantas possuem inúmeras propriedades curativas a nível do corpo físico, etérico e astral. Possuem também um corpo terreno, uma forma material e um corpo etéreo. Seu efeito terapêutico pode se dar pela propriedade das ervas, através de substâncias que a compõem e também, só que de forma diferenciada, pelas forças e radiações que procedem da planta, agindo assim o etéreo sobre o etéreo.
O uso de vegetais em chás, compressas, inalações, remédios na cura de males físicos e emocionais é prática corrente, tanto na sabedoria popular, como na fitoterapia, homeopatia e florais.
Outro uso do reino vegetal é a “ fumigação”, um uso dos mais antigos a que se tem conhecimento. Usando-se para desordens ambientais de todo o tipo e em  rituais de diferentes religiões, com a intenção de purificar o ambiente e inundá-lo com um tipo de energia  particular. O seu uso mais corrente na atualidade é através dos incensos.
Lembram do presente dos três Reis Magos a Jesus? Incenso, Mirra e Benjoim.
A MIRRA atrai bons espíritos, o BENJOIM purifica o ambiente, destruindo fluídos negativos presentes neles.
No século passado, um químico francês cunhou o termo AROMATERAPIA para a aplicação terapêutica de aromas ou óleos essenciais para ação sobre o sistema nervoso e emoções.
O óleo ou essência volátil de uma planta é único e um dos elementos da energia sutil próprio de cada planta. É sua força vital e personalidade.  Qualidade aromática é um dos elementos  de seu óleo essencial. A estimulação aromática produz um efeito direto e imediato sobre o sistema nervoso. Nossas impressões olfativas são um potente estímulo para a esfera psicomotora e afetiva; mas temos além do sentido do olfato a possibilidade de recebermos as impressões da energia  das plantas através de nossa pele, nossa aura.
Com os óleos se pode fazer massagem, tomar banhos. Com o incenso trazer uma energia específica ao ambiente.
Só temos benefícios se aprendermos a aplicar o conhecimento profundo das plantas em nossas vidas.
Atualmente, muitos terapeutas e psicoterapeutas vem utilizando o reino vegetal em seus trabalhos. Seja, como incenso, como óleo ou como FLORAIS.
Em meu trabalho psicoterapêutico os vegetais estão presentes através dos óleos essências que uso nas massagens e nos florais de Bach e Califórnia que prescrevo como parte do trabalho. Como também uso freqüente os óleos e incensos em meu consultório para inundar o ambiente da energia das plantas.
Com o tempo, os clientes vão aprendendo também a usá-los em seu cotidiano, facilitando assim também seu processo terapêutico.
Como todo o tratamento, o reino vegetal pode ser usado a nível sintomático ou estrutural, variando o tempo de resposta e sua intensidade de acordo com cada indivíduo.
A CAMOMILA usada popularmente como calmante é a ANTHEMIS NOBLILIS,  da  homeopatia, usada em casos de raiva, agitação, stress nas relações e ressentimentos, ou ainda a CHAMOMILE ,  dos florais, usada para restaurar a calma, quando se está emocionalmente abalado, para casos de nervosismo, tensão emocional na região do estômago, para superar a insônia e ter um temperamento mais sereno.
A MADRESSILVA  da aromaterapia, que é usada em pessoas que choram um amor perdido ou um passado feliz, eliminando o excesso de emoção e umidade do corpo é o HONEYSUCLE dos florais, prescrita para os que não vivem o presente e tem saudades do passado.
Respeitar e utilizar o reino vegetal na restauração de nosso equilíbrio, faz parte de sua tarefa, como parte/elemento no equilíbrio do Cosmos, postos a nossa disposição.
“ Os vários reinos devem manter-se em contato. Homem, animal, planta e pedra, nuvem e vento, sol, lua e estrela, todos precisam de todos e todos se ajudam mutuamente”.
Tania Jandira R. Ferreira

O TOCAR TERAPÊUTICO NO CORPO DO OUTRO. UM ATO DE AMOR


A massagem faz parte de meu trabalho terapêutico. Falando dela, trago Osho


"A massagem é entrar em sincronia com a energia do corpo de alguém e sentir onde ela está a faltar, sentir onde o corpo está fragmentado e torná-lo completo de novo... é ajudar a energia do corpo de modo a que ela não continue fragmentada e contraditória. 
Quando as energias do corpo estiverem alinhadas e se tornarem numa orquestra, então a massagem será bem sucedida. 
Assim tenha muito respeito com o corpo humano. Ele é o verdadeiro santuário de Deus, o templo de Deus. Assim com profunda reverência, prece, aprenda."
Osho em "O Livro da Cura"

COMO A PSICOTERAPIA PODE AUXILIAR NA RECUPERAÇÃO DE PESSOAS COM DOENÇAS FÍSICAS

Em momentos de desequilíbrios orgânicos ( doenças), muitas pessoas procuram psicoterapia, ou apoio psicológico, por apresentarem reações emocionais “ novas”, que julgam decorrentes da doença e com as quais tem dificuldade de lidar. Espera-se com o apoio do psicoterapeuta lidar com este momento de “ crise” e todas as dores que esta acarreta.
Mas em que, e como, a psicoterapia pode auxiliar o ser humano que sofre com doenças orgânicas?
Podemos observar que alguns sentimentos são comuns  ás pessoas que passam por doenças sérias, independente de sua origem. Um destes sentimentos é o MEDO.
A doença é um desconhecido. Esse é um dos medos primários do ser humano – o lidar com o desconhecido. Por que eu? O que terei feito? Como estarei depois? Questões que sempre emergem nesta situação.
Como o ser humano é um “ todo”, cada pessoa vai perceber e inscrever sua doença no seu cotidiano, na forma que lhe é peculiar; ou seja, na forma como quotidianamente sua personalidade reage às vicissitudes da vida.
Os que  não sentem amados vão acentuar na doença sua carência de afeto, precisando de toda atenção á sua volta. A doença acentua para estes sua falta de amor.
Os que usualmente não encontram brilho em suas vidas, vão através da doença, reagir com mais desesperança e desalento. Com a doença a luz que já era pouca se esvai. A doença será para esses, mais uma demonstração das dificuldades por que passa.
Os que são enérgicos, super ocupados vão ficar contrariados e irritados com a doença, que mostra-se como um empecilho para cumprirem suas obrigações. Há nestes uma resistência a cuidar-se, o que é visto como algo secundário.
A psicoterapia no processo de adoecimento  orgânico, é um importante auxílio para trabalharmos os sentimentos e emoções que surgem ou emergem com a doença; os que são manifestados com a doença ou os que expressam a personalidade geral da pessoa e que impedem ou dificultam o tratamento e a recuperação.
O trabalho de contato com o corpo através a respiração, conscientização corporal, massagens e toques, também mostra-se neste momento, mais do que fundamental.
Se no dia a dia, nossa desconexão com o corpo é evidente, em crises com manifestações orgânicas essa desconexão se realça. Há um medo desse corpo doente, daí a necessidade de enfrentá-lo, lidando com esse corpo, que se evidencia e se faz notar com a doença manifestada.
Outro elemento importante a se considerar no processo de adoecimento do corpo físico é procurar a conscientização de como aquela doença específica se inscreveu em nossa vida particular.
R., mulher de meia idade que procurou á psicoterapia após um ano de doenças freqüentes, já hipocondríaca, com tremores corporais, infecção nos genitais e garganta, recuperando-se de uma tuberculose, com baixo índice de glóbulos brancos, era também uma pessoa medrosa, com uma vida de humilhação e baixa estima, que não conseguia lutar e defender seu espaço de mulher, mãe, esposa e profissional. No momento em que pode adquirir estima por si mesma, vencer seus medos e defender seus espaços, sua taxa de glóbulos brancos aumentou e as infecções acabaram.
A doença orgânica é uma manifestação do desequilíbrio de nosso ser. Este pode ser um momento importante e interessante, para que possamos permitir nos cuidar e ter coragem para enfrentarmos nossa doença,  conhecermo-nos melhor e transformarmos nosso ser e nossa vida.

Tania Jandira R. Ferreira
                             

VIVER BEM É UMA ESCOLHA. ESCOLHEMOS A ALEGRIA OU A DOR?

Ainda estudante de psicologia apaixonei-me pelas idéias de W. Reich, aluno e opositor de Freud. Freud postulou que todo ser humano traz consigo duas forças opostas – Eros – a energia do Amor e Tanatus – a energia da Morte , destruição, aniquilação; e que esta última sempre prevalecia. Morte vista como dor e sofrimento buscados pelo indivíduo. Isto tudo me pareceu uma teoria muito sombria.
Reich se opôs a essa idéia de Freud. Para Reich o indivíduo sempre busca a realização; se porventura tiver dissabores e sofrimentos em seu caminho, o é por suas escolhas equivocadas, pois seu objetivo é a realização e não o sofrimento. O ser humano sempre busca o Prazer, a Alegria, o Deleite.
Essa também é a minha convicção.
Entendo que o sofrimento e as dificuldades em nossa vida são lições de aprendizagem; e o que o sofrimento é uma escolha, logo uma das opções. Há outras, como nossa transformação. Transformados podemos ter a paz conosco, com o outro, com o Divino, podemos sentir o prazer da vida que o Pai nos oferece.
Mas como vivermos em paz, com tantas guerras, crianças sem lar, pessoas sem o pão de cada dia, desemprego, doenças físicas e emocionais que nos assolam? Como ter alegria e paz em meio a este mundo?
Para Reich tendo o Amor e o Trabalho como fontes de nossa vida, nos tornando flexíveis, amorosos, criativos e potentes.
E acrescento , não nos deixando torturar por problemas materiais e amorosos, buscando com estas experiências lições para nosso próximo passo na vida.
Depende apenas de nós mesmos sermos plenos.
Precisamos nos ver, nos auto-examinar, para procurarmos em nós mesmos as dificuldades que nos levam ao sofrimento, lembramos sempre que essa é apenas uma das opções e que podemos optar pela felicidade e pela alegria.
Olhe em volta!
A tendência que temos quando nos deixamos levar pelo sofrimento é achar que tudo está negro. E está? Não sobrou nada? O teto? O trabalho? Amigos? Pais? Filhos? Tudo se foi mesmo? Nada  de bom sobrou?
Para se vencer as forças da falta de Luz, o desespero, o desânimo, a tristeza e a dor, precisamos procurar à Luz que reside e resiste em meio ao que vemos/sentimos de ruim em nossas vidas.
Por que valorizarmos o ruim de apenas uma parte de nossas vidas?
Dói. Dói sim. Há dores de perdas, mas a dor cicatriza, ela se vai.
E se você perdeu tudo? Tudo mesmo... também não tem mais nada a perder e pode construir uma nova vida.... melhor.
Olhe o que o Pai nos presenteou. Você tem visto o céu estrelado? A lua? Tem alguma plantinha morando com você? Algum animal amigo? Você tem visto as crianças que te sorriem de forma leve e ingênua, de convidando a viver? Você pode se refazer, dar um passo, depois outro, se reconstruir.
Podemos muito se tentarmos de verdade nos melhorar como seres humanos e não estar aqui “ a passeio”.
Se pudermos buscar a Luz que reside em cada um, luz que é do Pai. Se cada um de nós se torna uma estrela, o céu se ilumina e teremos uma vida melhor, uma sociedade melhor.
Então... respire fundo, bem devagar.... Qual a opção que você fez para sua vida? A Alegria ou o sofrimento? Que opção você está fazendo para sua vida? Para a nossa vida? Para nós humanos?
Tania Jandira R. Ferreira

segunda-feira, julho 11, 2011

ESSÊNCIA DO SER TERAPEUTA

 Quem é o terapeuta? Qual deve ser sua essência? Qual é a arte que essa pessoa deve saber desempenhar? Questões que emergem para esses que se habilitam a essa prática...

"Um terapeuta é um viajante solitário, em busca de encontrar a si mesmo no compartilhar com o cliente. 
Do grego therapeuen, é mais que aquele que cura - é aquele que inicia. 
Inicia o outro na arte de acolher a vida. Para isso, o terapeuta precisa ser, simplesmente humano. 
Acolher o cliente, suas queixas, suas dores, suas mágoas, e não querer ser o curador. Nem o que sabe as razões. Razões não curam. 
A cura não está em suas mãos. 
Reconhecer sua completa impotência perante algo maior, a vida, sob a qual todos nós somos saudáveis. 
E simplesmente permitir que o fluir da vida restabeleça o fluxo natural das coisas. 
Utilizando a técnica terapêutica que a vida colocou em seu caminho.
A vida funciona sempre."
Via Ser Terapeuta Apaixonado

SER TERAPEUTA


Aprendendo ser terapeuta com Osho...

"Terapia é basicamente uma função do amor, e o amor somente flui quando não há ego. Você só pode ajudar o outro na medida em que você não é egoísta. No momento em que o ego entra, o outro se torna defensivo. O ego é agressivo; ele cria uma necessidade automática no outro de ser defensivo. O amor é não-agressivo. Ele ajuda o outro a permanecer vulnerável, aberto, não-defensivo. Portanto, sem amor não há terapia.
Terapia é uma função do amor. Logo, com ego você não pode ajudar. Você pode até mesmo destruir o outro. Em nome de ajuda você pode até mesmo obstruir o seu crescimento. Mas a psicologia ocidental está numa bagunça.
A primeira coisa: a psicologia ocidental ainda pensa em termos de um ego saudável. E o ego nunca pode ser saudável. É uma contradição do próprio termo. Ego, em si, é doença. O ego não pode nunca ser saudável. O ego está sempre levando você em direção a mais e mais doença. Mas a psicologia ocidental pensa (toda a mentalidade ocidental tem sido) que as pessoas estão sofrendo de egos fracos. As pessoas não estão sofrendo de fraqueza do ego, mas de muito egoísmo. Mas se a sociedade é orientada pela mentalidade masculina, orientada pela agressividade, o único desejo da sociedade é como conquistar tudo, então naturalmente você tem que abandonar tudo o que é feminino em você, você tem que abandonar metade do seu ser na escuridão - e você tem de viver com a outra metade. A outra metade nunca pode ser saudável, porque a saúde vem da totalidade. O feminino tem de ser aceito. O feminino é o não-ego, o feminino é receptividade, o feminino é amor.
Uma pessoa realmente saudável é alguém que está totalmente equilibrada entre o masculino e o feminino. De fato, é alguém cuja masculinidade foi cortada, destruída por sua feminilidade, que transcendeu a ambos, que não é masculino nem feminino - que simplesmente é. Você não pode categorizá-lo. Este homem é pleno, e este homem é são. E para este homem, no Oriente, nós sempre olhamos como o Mestre.
No Oriente, nós não criamos nada paralelo ao psicoterapeuta. O Oriente criou o Mestre, o Ocidente criou o psicoterapeuta. Quando as pessoas estão mentalmente perturbadas, elas vão à um psiquiatra no Ocidente; no Oriente elas vão à um Mestre. A função do Mestre é totalmente diferente. Ele não o ajuda a atingir um ego mais forte. Na verdade, ele faz você sentir que o ego que você tem já é demais. Abandone-o! Deixe-o ir!
Uma vez que o ego foi abandonado, subitamente você é um, pleno e fluídico. E não há nenhum bloco e nenhum obstáculo...
No Oriente, a nossa abordagem é de que o terapeuta não tem de fazer nenhum trabalho. O terapeuta torna-se simplesmente um veículo para a energia de Deus. Ele tem somente que estar disponível como um bambu oco, de maneira que Deus passe através dele. O curador tem de se tornar simplesmente uma passagem.
O paciente é um homem - aos olhos orientais - que perdeu o seu contato com Deus. Ele se tornou muito egoísta, e perdeu o seu contato com Deus. Ele criou uma tal muralha da China a sua volta que ele não sabe mais o que Deus é, ele não sabe mais o que é a totalidade. Ele está totalmente desconcertado das raízes, da própria fonte da vida. É por isso que ele está doente - mentalmente, fisicamente ou de qualquer outra maneira. A doença significa que ele perdeu a trilha da fonte. O curador (healer), o terapeuta no Oriente, tem como função conectá-lo com a fonte novamente. Ele perdeu a fonte, mas você ainda tem a conexão.
Você segura a mão da pessoa. Ela está escondida atrás de uma parede. Deixe-a estar escondida por detrás da parede. Mesmo se você puder segurar a sua mão através de um buraco na parede... se ela pode confiar em você, ela não pode confiar num Deus, ela não sabe o que Deus significa. A palavra tornou-se sem sentido para ela. Mas ela pode confiar no terapeuta, ela pode dar a mão ao terapeuta. O terapeuta está vazio, simplesmente em sintonia com Deus, e a energia começa a fluir. E esta energia é tão vital, tão rejuvenescedora, que mais cedo ou mais tarde ela dissolve aquelas muralhas da China em volta do paciente, ele tem um vislumbre do não-ego. Este vislumbre o faz são e pleno, nada mais o faz são e pleno.
Portanto, se o próprio terapeuta é um egoísta, então é impossível. Ambos são prisioneiros. Sua prisões são diferentes, mas eles não podem ser de grande ajuda. Toda a minha abordagem sobre terapia, é de que o terapeuta tem de tornar-se um instrumento de Deus. Eu não estou dizendo não saiba o know-how. Saiba o know-how! - mas faça este know-how disponível para Deus. Deixe Ele usá-lo. Aprenda psicoterapia, aprenda todos os tipos de terapias. Saiba tudo o que é possível saber, mas não se prenda- a isto. Ponha isto lá, deixe Deus estar disponível através de você. Permita Deus através de todo o seu know-how, permita à Deus fluir através de seu know-how. Deixe-o ser a fonte da cura e da terapia. Isto é que é amor.
O amor relaxa o outro. O amor dá confiança. ao outro. O amor banha o outro, cura as suas feridas". - Osho

RESTABECENDO CONEXÕES ENERGÉTICAS

Desde sempre o ser humano adoece. A humanidade reconhece a doença física e através dos tempos vêm tentando mitigá-la e superá-la. Quanto à doença emocional.... Através dos séculos repetidas vezes pesquisadores vêm tentando traze-la á baila..... 

Não há sofrimento e doença físicos sem a sua correspondência em sofrimento e doença emocional e vice versa, mas a humanidade tende a negligenciar os sofrimentos emocionais.... Eles ainda não são levados a sério... e continuam fazendo estragos em nossa vida!
Frustrações, desalento, depressão, stress, rancores, baixa auto estima...
                
"Gestos, posturas, expressões refletem minhas atitudes existenciais de maneira bem mais segura do que meu discurso: eles mostram meu caráter, minha maneira de ver, de sentir, de amar. Meu corpo me diz "( Navarro)
               
Aí em algum momento de auto exame  nos pegamos com  histórias que se repetem em nossa história pessoal. Histórias em que mudam os personagens, com exceção de nós, e onde o enredo é o mesmo... 

 "Maria é uma boa profissional, nos empregos que teve é sempre passada para trás pelos colegas de trabalho e não tem reconhecimento de sua chefia. Ela amarga uma frustração com isso. Não vivemos para produzir, produzimos para viver. A preocupação com objetivos e realizações é a principal característica das pessoas que tem medo do prazer".

Quem de nós, já não se pegou repetindo uma estória? E em todas  ás vezes, dissemos que “ não cairemos mais nessa, já aprendemos.... “ para daí a algum tempo repetir a dose. Muitas das vezes recorremos aos amigos ou o próprio auto exame nos dá uma explicação racional sobre nossa repetição e nosso problema... mas depois de algum tempo... a estória se repete.

O pensar desempenha um duplo papel em relação ao sentir. Quando a pessoa pensa objetivamente, o pensamento se opõe ao sentir. Em outros momentos, o pensamento é subjetivo e altamente colorido de sentimento, nos diz Lowen.

Emoção é energia, pensamento é energia, corpo é energia.... e estas várias instâncias interagem constantemente. Não há como entender isso separadamente... Mas há que entender emocionalmente....
            
"João é acometido de stress. Dorme pouco. Irritadiço. Quer sempre a perfeição no que faz. Têm pressão alta, enxaquecas, problema no estômago. O ritmo confuso em sua vida não lhe permite respirar.Para se viver é necessário respirar e quanto melhor for a respiração, mas vivo se estará. Quem está sob stress segura a respiração."
           
Nem sempre se consegue sozinho. Às vezes necessitamos de um apoio, um companheiro nessa jornada. Restabelecer a conexão energética entre o nosso sentir, nosso corpo e nossa mente é uma das tarefas da psicoterapia.

Segundo Navarro : “ Assim se tece, em ponto e contraponto, a trama de um processo analítico, que se esforça por compreender, num mesmo movimento, a expressão emocional e a vivência corporal, o conteúdo psíquico e suas representações”
                                                                                
Tania Jandira R. Ferreira

Navarro e Lowen são pesquisadores e terapeutas Neo-reichianos.

SOMOS UM TODO

Somos um todo, corpo, mente , espírito. O problema em uma parte afeta o todo.

Como esquecemos isso?
Uma mágoa guardada é uma ferida na alma, um ressentimento uma chaga aberta, a tristeza uma nuvem carregada, a raiva uma explosão de raios, o ódio uma bomba.

Como não sabemos disso?

Somos humanos, reagimos ao nosso meio. Uma injustiça sofrida pode desencadear raiva, mágoa mesmo. Perdas nos dão tristezas.

Há um tempo para digerir nossas emoções diante das situações que nos deparamos em nossas vidas... mas é necessário digestão delas, elas precisam ir.....
Não é bom carregarmos emoções tóxicas por todo o sempre.

O passado, por mais sofrido que possa ter sido, não pode nos assombrar como alma penada, já diz a música.
Se não digerimos estas emoções elas fazem mal ao nosso corpo. Emoção, pensamento são energias. Elas ficam represadas em pontos de nosso corpo, de nossa aura. Podem vir a se manifestar também no físico. 
Isso já escutamos. Mas entendemos?
Muitos dizem que cuidam do Corpo. 
De que corpo falam? 
Cuida-se para que? Sedução? 
Cuida-se para se manter vivo e saudável. Ginástica, alimentação, exames, remédios.
Muitos que cuidam do corpo pensando na beleza e saúde, também  cultivam a tristeza, o ressentimento, a mágoa e com isso possuem um coração pesado.  Não digerem suas emoções e pensamentos tóxicos.

Fragilizados no corpo e na alma, fragilizado o espírito está. Tem dificuldade de se conectar com a divindade que habita em cada um de nós, pois somos parte Dele.

Chorar alivia a alma, a água salgada cicatriza as feridas. 
Perdoar também ajuda e muito e sorrir e rir mais ainda. O riso ilumina a alma, atrai energias solares. Desfaz as nuvens...
Somos um Todo, corpo, mente e espírito.
E nem adianta dizer que cuida do espírito porque reza, ora, mentaliza, mandiga... e depois sai de novo se lamentando, briga com os filhos, chuta o cachorro e ludibria as pessoas.
Re-ligare não é isso!
Compreender que somos um Todo e que uma parte influencia o todo é nos cuidarmos de fato, não negligenciando nenhuma de nossas partes.
A compreensão que move as Psicoterapias Holísticas é desse Todo e sua proposta é apoiar as pessoas em sua busca de integração.

Tania Jandira R. Ferreira