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terça-feira, agosto 02, 2011

COMO A PSICOTERAPIA PODE AUXILIAR NA RECUPERAÇÃO DE PESSOAS COM DOENÇAS FÍSICAS

Em momentos de desequilíbrios orgânicos ( doenças), muitas pessoas procuram psicoterapia, ou apoio psicológico, por apresentarem reações emocionais “ novas”, que julgam decorrentes da doença e com as quais tem dificuldade de lidar. Espera-se com o apoio do psicoterapeuta lidar com este momento de “ crise” e todas as dores que esta acarreta.
Mas em que, e como, a psicoterapia pode auxiliar o ser humano que sofre com doenças orgânicas?
Podemos observar que alguns sentimentos são comuns  ás pessoas que passam por doenças sérias, independente de sua origem. Um destes sentimentos é o MEDO.
A doença é um desconhecido. Esse é um dos medos primários do ser humano – o lidar com o desconhecido. Por que eu? O que terei feito? Como estarei depois? Questões que sempre emergem nesta situação.
Como o ser humano é um “ todo”, cada pessoa vai perceber e inscrever sua doença no seu cotidiano, na forma que lhe é peculiar; ou seja, na forma como quotidianamente sua personalidade reage às vicissitudes da vida.
Os que  não sentem amados vão acentuar na doença sua carência de afeto, precisando de toda atenção á sua volta. A doença acentua para estes sua falta de amor.
Os que usualmente não encontram brilho em suas vidas, vão através da doença, reagir com mais desesperança e desalento. Com a doença a luz que já era pouca se esvai. A doença será para esses, mais uma demonstração das dificuldades por que passa.
Os que são enérgicos, super ocupados vão ficar contrariados e irritados com a doença, que mostra-se como um empecilho para cumprirem suas obrigações. Há nestes uma resistência a cuidar-se, o que é visto como algo secundário.
A psicoterapia no processo de adoecimento  orgânico, é um importante auxílio para trabalharmos os sentimentos e emoções que surgem ou emergem com a doença; os que são manifestados com a doença ou os que expressam a personalidade geral da pessoa e que impedem ou dificultam o tratamento e a recuperação.
O trabalho de contato com o corpo através a respiração, conscientização corporal, massagens e toques, também mostra-se neste momento, mais do que fundamental.
Se no dia a dia, nossa desconexão com o corpo é evidente, em crises com manifestações orgânicas essa desconexão se realça. Há um medo desse corpo doente, daí a necessidade de enfrentá-lo, lidando com esse corpo, que se evidencia e se faz notar com a doença manifestada.
Outro elemento importante a se considerar no processo de adoecimento do corpo físico é procurar a conscientização de como aquela doença específica se inscreveu em nossa vida particular.
R., mulher de meia idade que procurou á psicoterapia após um ano de doenças freqüentes, já hipocondríaca, com tremores corporais, infecção nos genitais e garganta, recuperando-se de uma tuberculose, com baixo índice de glóbulos brancos, era também uma pessoa medrosa, com uma vida de humilhação e baixa estima, que não conseguia lutar e defender seu espaço de mulher, mãe, esposa e profissional. No momento em que pode adquirir estima por si mesma, vencer seus medos e defender seus espaços, sua taxa de glóbulos brancos aumentou e as infecções acabaram.
A doença orgânica é uma manifestação do desequilíbrio de nosso ser. Este pode ser um momento importante e interessante, para que possamos permitir nos cuidar e ter coragem para enfrentarmos nossa doença,  conhecermo-nos melhor e transformarmos nosso ser e nossa vida.

Tania Jandira R. Ferreira
                             

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