A solidão é um sentimento de isolamento social que
tem se tornado muito comum no mundo. Afeta crianças, jovens, adultos e idosos.
Ele pode ser traduzido pela
dificuldade de sintonia com outras pessoas, mesmo estando rodeado de gente, ter
amigos e familiares.
Inicialmente a pessoa pode
estabelecer relações com outras, mas como sente que não há sintonia ou
reciprocidade, tende a se isolar. O isolamento para estas pessoas é melhor que
a dor emocional, o sentimento de rejeição ou vergonha de si e de seu estado.
Pessoas que sentem-se solitárias, geralmente também
apresentam quadros de angústia, depressão e hostilidade, o que pode gerar um círculo
vicioso, estabelecendo relações negativas com outras pessoas.
As consequências físicas deste estado quando se
torna crônico são: eleva-se os níveis de cortisol (o hormônio do estresse), a
imunidade diminui ( há uma redução de nossa
proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de
infecções virais), o sono é interrompido, fazendo com que a pessoa acorde
esgotada. Isso acontece por que outro sentimento que acompanha o estado de
solidão é ver o mundo como pouco seguro e hostil. Com isso, a pessoa está
permanentemente alerta contra perigos sobre si.
Pesquisas vem demonstrando, que uma em cada
quatro pessoas em países industrializados pode estar vivendo na solidão. Como
este é um estado emocional que normalmente vem acompanhado de tristeza e irritação
e é um estado emocional estigmatizado em nossa sociedade atual, há poucas
chances de familiares e amigos perceberem que a pessoa esteja pedindo ajuda e
uma conexão real e afetiva com ela.
Caso a pessoa procure ajuda psicológica e reconheça seu
estado, conforme vai melhorando a qualidade das relações sociais, seu estado de
saúde física também vai melhorando: melhora a pressão arterial, os níveis de
hormônios do estresse, os padrões de sono, as funções cognitivas e o bem-estar
geral.
Seres humanos necessitam de vínculos afetivos. Precisam
da companhia, do carinho, da proteção, da amizade, do compartilhar.
Ter paciência e empatia com outro atualmente é
algo pouco comum. Como diz Zigmund Bauman, vivemos um tempo “onde o amor é mais
falado, que vivido”.
Para pessoas que sofrem de solidão o apoio de
amigos e familiares, compartilhar bons momentos, reforçar laços afetivos que
existiram, pode ser um fator que possibilita recuperar a confiança no mundo, no outro e nos
vínculos sociais e afetivos que reduzem a solidão crônica.
Para melhor entender a solidão que o outro sente,
trago Alceu Valença.
Tania Jandira R. Ferreira
Setembro/2016