Os
sentimentos e emoções ao longo da história da humanidade foram vistos como algo
a ser controlado, contido.
“Emoções
e sentimentos estão na ordem do “sentir”. O controle está na ordem do “pensar”.
Mas
será que existe uma dicotomia nisso? Mente e coração, razão e emoção, racional e
irracional?
O
que sentimos está dissociado de nossos conceitos sobre algo ou alguém?
Aprendemos
a expressar nossos sentimentos ou aprendemos a contê-los, reprimi-los, escamoteá-los?
Se
alguém entende que o chamarem de negligente ou incapaz é humilhante
e ofensivo e há sempre uma pessoa que faz isso, aonde está limite do que se
pensa ou o que sente?
Pessoas
que tem uma história de pessoas significativas em suas vidas lhe julgarem desta
forma, podem adquirir reações agressivas, diante deste fato e responderem as
ofensas e humilhações, com raiva, outros insultando aqueles que julgam estarem
lhe ofendendo.
Enquanto
não se reconhece o que se sente, também não se reconhece que a resposta
agressiva é uma reação a um histórico de vida, uma defesa, e assim não há como
controlar ou conter a raiva, toda vez que se sentir ofendido.
Outros
ainda que tem uma história de pessoas significativas em suas vidas lhe julgarem
desta forma, podem adquirir reações de insegurança e medo. Diante da ofensa, se
calam, se tornam angustiados, choram.
Outros
ainda, acabam não valorizando suas potencialidades e tornam-se hiper exigentes,
consigo mesmo.
Cronificaram
a sua resposta.
Pessoas
que sentem-se capazes, podem ter diferentes respostas e reação a alguém que lhe
considera incapaz ou negligente.
Complica
ainda mais, por que cada um de nós tem uma história, cada um tem uma forma de
ver o mundo e dar resposta a este mundo. Alguns vão tolerar essas falas sobre
si e não dar importância.
Complica
ainda mais, por que cada um de nós tem uma história, e se pode estar passando
por um período onde a pessoa, mesmo capaz, esteja não se sentindo com confiança
em uma determinada situação que esteja
atravessando e com isso, reaja de acordo com seu sentimento sobre si, naquele
momento.
Complexifica
ainda mais, por que vivemos numa sociedade, que impregna corações e mentes, de
que todos podem ter sucesso se forem persistentes, batalhadores e criativos,
que tenham meta e foco. Exemplificam essa tese, com casos excepcionais, de
pessoas muito bem sucedidas profissionalmente, com fama e muito dinheiro, um
relacionamento feliz e sempre companheiro, diversão e lazer sempre e muita
alegria estampada no rosto.
Congelamos
as emoções, se vive para mostrar que se é feliz, mesmo que o sentimento seja
outro.
Aqueles
que não conseguem, podem cada vez ter menos auto estima, como também começarem a sentir inveja e ciúme,
do outro que consegue; como outros que conseguem podem começar a olhar os
outros, como incapazes e negligentes e a si próprios como vencedores e
superiores.
Vivemos
numa sociedade capitalista, onde cada vez se exige mais dos trabalhadores. Profissões
são extintas, funções são eliminadas em nome do lucro, fazendo com que pessoas
exerçam e desempenhem vários papéis em um trabalho, jornadas são intensificadas,
trabalhos não remunerados no cotidiano e compromissos particulares continuam
sendo necessários e com isso se perde a noção do que o outro realmente sente.
A maior parte das pessoas
dissociou seu sentir e pensar. Não consegue expressar seu sentimento, por que
afastou-se dele.
Sentir é perigoso para
estas.
Ainda mais quando esse
sentir é misturado com coisas de ontem, de sua história e de hoje, sua história
ainda.
Sentir é um ato de coragem. É
poder estar vivendo de fato, mesmo que em alguns momentos isso incomode,
machuque.
Sentir é ás vezes confuso,
pois se tem um mix de sentimentos e emoções.
Sentir faz com que evitemos
algumas pessoas e coisas e nos aproximemos de outras.
Expressar sentimentos também
é ato de coragem. Numa sociedade individualista é incomodar.
Mesmo não expressando seu
corpo revela, é o peito estufado e arrogante, as nádegas contraídas do medo, os
olhos sem viço. Cada sentimento não expresso verbalmente é expressado no corpo.
Não espere uma crise para
revelar a si mesmo que algo em si ou em sua lhe incomoda.
Muitos falam que a vida é uma peça e que somos atores nela. De
atores o mundo está cheio, mas estes vivem ás vezes o mesmo papel, de
revoltados, tristes, felizes, polidos e infelizes, invejosos, ciumentos, super bem
sucedidos, etc, mas esse é apenas um papel, não é viver de fato.
Não espere uma crise para
descongelar seus sentimentos e poder
reescrever sua história. Seja autor de sua vida. É possível reescrevê-la, se
for de sua vontade.
Tania Jandira R. Ferreira
Tels: 98123-8174/ 2501-5418
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