Proposta
há muito perseguida pelo poder público no país, a integração escola, família,
comunidade é um campo múltiplo de intervenção, que enseja uma teia de
diferentes conexões.
Quando
se fala de “ integração” temos que lembrar que é uma palavra que pode ter
diferentes significados pelos diferentes agentes presentes no universo escolar.
Significados que podem ser trazidos á cena em conversas, reuniões e nas visitas
ao “ território”.
Se
olharmos a escola como um “ território” – localizado espaço, materialmente que
traz uma cultura, uma história, um signo; que tem “fronteiras” com outros “
territórios” e diversas interfaces com estes, podemos pensar em um “ mapa”.
Mapa
este, que pode ser estratégia de diagnóstico e mobilização com vistas á
integração/família/comunidade se estas são sensibilizadas à participação.
As
famílias habitualmente tem sido chamadas à escola por conta da conduta de seu
filho ou pelo seu não rendimento escolar ou coletivamente para socializar
problemas da escola. Mobilizações de pais pela ausência de professores nem
sempre são bem vindas, e isso ocorre em escolas públicas e particulares.
Integrar
as famílias a escola é torná-las parte integrante, é um jogo de “ negociação de
fronteiras” que a cada escola/território terá sua singularidade, correspondente
com cada “ coletivo família” e “ coletivo escola”. “ Coletivo” entendido como
algo não pronto, algo em permanente construção.
Uma
multiplicidade de possibilidades.
Cada
território-escola terá sua resposta.
Um
objetivo que alguns perseguem é de sensibilizar pais para a importância da
educação e para a educação que a escola está dando a seus filhos. Outros que os
pais possam também discutir e definir sobre esta educação.
Integração
“ escola-família” parte do agente/escola como convite a um tipo de participação.
Convite sobre algo que busca envolvimento das famílias em que?
Territórios
são espaços com regras e poder, simbólicos e materiais.
A
palavra comunidade também pode ter diferentes significados para cada agente
escolar.
Pode
para alguns significar “o conjunto de moradores”, como se fosse um todo
homogêneo. Pode significar para outros, grupos específicos de moradores ( como
3ª idade, mães desempregadas) que se entenda tenha alguma necessidade que a
escola possa suprir e ainda, grupos organizados da e na comunidade ( escolas de
samba, ongs, os., associação de moradores, etc).
Pensar
a escola como um território, é pensar quais são as “ fronteiras” negociadas pela
escola com a comunidade em busca de integração.
Ceder
o espaço para lazer dos moradores, fora
dos seus horários de trabalho, tem sido uma intervenção/estratégia de escolas
visando integração da comunidade.
Comunidades
estas que se encontram em “ territórios” em muitos casos sem um espaço
destinado a este fim.
Lazer/cultura
que pode possibilitar trazer a cena “ artistas locais”, a “ cultura local”, mas
também possibilitar acesso á outras expressões artísticas, outras conexões,
através de exibição de filmes, danças, teatro, etc.
Potencializar
a conexão educação–cultura tem sido objetivo que alguns perseguem quando estão
falando de integração escola- comunidade.
Ceder
o espaço para o lazer da comunidade também pode possibilitar a organização de “
coletivos “ que engendram outras formas de inter relação de moradores, times de
futebol, grupos de dança...
Oferecer
“ serviços” a comunidade também tem sido uma intervenção/estratégia de escolas
visando integração da comunidade.
Comunidades
estas que se encontram em “ territórios”
que em muitos casos não tem quem ofereça estes serviços, mas para que se
saiba isso é importante se saber se realmente não existem e aí o “
mapa/diagnóstico” é necessário, para que não haja uma justaposição de serviços
e mais que isso, para também se conhecer com que grupos organizados a escola
pode contar.
Experiências
com grupos organizados das comunidades, que por exemplo trabalhem questões de
direitos humanos, pode auxiliar a escola e seus agentes escolares em ter mais
entendimento de como os moradores percebem seus direitos, quais são violados e
como isso repercute no cotidiano escolar. Uma troca e parceria que pode se dar
através de convites para palestras, debates, oficinas.
Experiências
com grupos organizados que trabalham danças e esportes com crianças e
adolescentes, também tem se mostrado potencialmente interessantes, pois
possibilitam trabalhar conjuntamente aqueles hoje chamados hiper-ativos, ou os
dislexos, ou os que tem dificuldade de concentração.
Há
uma multiplicidade de possibilidades na integração escola-comunidade também.
Aqui
também cada escola terá sua resposta singular.
Um
objetivo que alguns perseguem nessa questão é de que a escola se insira de fato
na comunidade onde está instalada, a percebendo não como o único agente educacional presente na
comunidade, percebendo educação como um projeto mais amplo, que implica em
cidadania e participação.
Tania Jandira R. Ferreira/dezembro 2013
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